Cuidados que Ajudam a Promover um Relax da Musculatura e da Dor.

Além da medicação recomendada pelo médico, tome alguns cuidados adicionais, como:

DORES LOMBARES E CIÁTICA

Repouse em posição adequada: Deite na cama, de lado ou de costas, com os joelhos dobrados, e a cabeça apoiada em travesseiro baixo. A dor pode também ser aliviada com banhos quentes de imersão e compressas quentes, úmidas ou secas, durante quinze minutos a cada 2 horas.


DISTENSÕES

Não movimente o músculo atingido. Se a distensão for na barriga da perna, mantenha-a mais alta do que o corpo. Aplique bolsa de gelo no local: deixe vinte minutos e descanse outras vinte. Proteja a pele com uma flanela ou uma toalha.


DORES NA COLUNA

Repouse o corpo sobre uma superfície indeformável, mas não totalmente rígida. Faça no local, aplicações de calor: bolsas de água quente, compressas ou banhos de imersão.


CONTUSÕES - ENTORSES - LUXAÇÕES

Massageie suavemente o local afetado e coloque sobre a área compressas frias ou bolsas de gelo. Imobilize a região atingida, enfaixando-a.

Tipos de Palmilhas

Todas as palmilhas são personalizadas, confeccionadas sob medida, termocoladas, termomoldadas, em material ortopédico como como microespuma, borrachas rígidas ou semi-rígidos de diversas densidades, anti impactos, polipropileno, plastazote, evazote, etc. Sempre em acordo com as exigências da patologia.









Ergonomia no computador


Atualmente, qualquer pessoa que passa por um escritório moderno encontra algum funcionário atuando na frente de um computador.
Usuários relatam que o projeto do teclado contribui para elevar extremamente os distúrbios traumáticos cumulativos. Enquanro isso, os usuários de computadores continuam a sofrer lesões e ainda sujeitos a inúmeros riscos. Em relação ao teclado, o que envolve são os movimentos repetitivos. Mas, o que faremos? Teremos que reduzir os riscos dos efeitos de força e postura (como por exemplo manter o pulso reto) para compensar os efeitos negativos da repetição.

Assim como no caso do teclado, o mouse requer do usuário uma atenção e cuidado ao ser utilizado. É fundamental que o usuário perceba que a região do pulso é uma das estruturas mais delicadas do corpo, e a adoção de posturas incorretas por longos períodos de tempo (como ocorre geralmente durante um turno de trabalho) pode causar a perda de movimentação e sensibilidade dos membros superior, especialmente das mãos. Um dos problemas mais comuns em relação ao uso incorreto do mouse é a Síndrome de DeQuervain que ocorre devido a um desvio ulnar juntamente com o ato de realizar força, onde o principal sintoma é uma dor muito forte no dorso do polegar. O processo de solução compreende das limitações físicas do corpo do usuário e consequentemente da adoção de regras e equipamentos que permitam com que o trabalho seja realizado sem que haja um comprometimento de sua saúde, evitando assim, o acontecimento de diversas patologias.

Além do uso do teclado e do mouse, devemos ressaltar o uso do monitor, o qual também pode afetar o usuário se sua utilização não for adequada. O monitor tem que estar posicionado ao nível dos olhos do usuário, para que o mesmo não necessite realizar uma flexão ou inclinação da cabeça, podendo desencadear algumas alterações posturais, além do mais, podendo resultar num certo grau de fadiga muscular. Atividades que demandem a visualização de uma tela em cores, acarretarão um esforço visual semelhante a leitura de uma livro ou ao trabalho numa linha de montagem onde necessita serem observados detalhes. As funções geralmente vulneráveis aos efeitos da fadiga são o sistema focal dos olhos, a sensibilidade retiniana, a recepção e a percepção das imagens visuais no cérebro e a eficiência muscular de controle de movimentação e fixação do olhar. Os sintomas dessa fadiga são: nitidez anormal, turvamento e embaçamento da visão, alterações das cores e dos objetos, confusão da imagem e visão dupla sendo que esses sintomas variam de acordo com as características pessoais.

É devido a esses e vários outros fatores que a Ergonomia atua no posto de trabalho com a finalidade de intervir no acometimento de variadas patologias devido o mau posicionamento do imobiliário, o qual provoca vários sintomas, dores e desconforto ao usuário.

Novas aplicações médicas e fisioterapêuticas de palmilhas

A antiga palmilha ganhou tecnologia e se transformou em uma excelente aliada para prevenir e tratar as alterações da postura e lesões como metatarsalgias, neuroma de morton, fraturas de estresse, tendinites e lesões de cartilagem. Mais do que isso, adquiriu status de nova área do conhecimento da fisioterapia: a podoposturologia.

Reconhecida como uma nova área da fisioterapia, a podoposturologia é uma metodologia de prevenção e tratamento de alterações da postura. Com origem francesa e baseado em um diagnóstico preciso, o método corrige eventuais alterações por meio de palmilhas posturais. A postura do corpo humano está intimamente ligada aos pés. A boa postura tem o centro de gravidade projetado na base de sustentação do corpo — os pés. Quando estamos fora do alinhamento, ocorre o desequilíbrio muscular que prejudica os movimentos, e ainda, três variáveis podem comprometer a postura: o sistema visual, nervoso (vestibular) e a planta dos pés.

Ao entrar em contato com o solo, os pés agem no controle postural, equilíbrio, apoio, impulsão, absorção de impactos e distribuição do peso corpóreo. Quando essa função está comprometida, um dos tratamentos passa pela palmilha postural. As palmilhas posturais são órteses aplicadas e vinculadas nos calçados, que têm a função de modificar e assentar o pé para a correção do andar. Com isso, prevenimos lesões como metatarsalgias, neuroma de morton, fraturas de estresse, tendinites e lesões de cartilagem, entre outras.

Terapias Manuais


Atualmente, crescem as exigências quanto à resolutividade dos tratamentos na área da saúde. A Terapia Manual é uma área da Fisioterapia e como tal, vem conquistando cada vez mais espaço no cenário nacional e mundial, em virtude da eficiência de suas técnicas que promovem melhoras satisfatórias em curto prazo.

Executada mediante aplicação de técnicas com as mãos, sobre o corpo do paciente, a Terapia Manual tem o objetivo de promover o retorno à função normal dos seus sistemas. Graças aos seus reconhecidos efeitos benéficos, a Terapia Manual como modalidade de tratamento fisioterapêutico tem se mostrado cada vez mais eficiente, clínica e cientificamente.

Todos os métodos e técnicas que integram a Terapia Manual possuem seus méritos, porém nenhum deles é soberano. Por isto a Terapia Manual absorve o que há de original em cada método e os confronta com a honestidade que a ciência impõe, sempre buscando o crescimento profissional e a otimização dos resultados.

- Liberação Miofascial
A liberação miofascial é uma técnica de estiramento altamente interativa que necessita do “feedback” do corpo do paciente para determinação da direção, força e duração do estiramento, e para facilitar o relaxamento máximo dos tecidos tensos. A liberação miofascial ou estiramento miofascial reconhece que um músculo não pode estar isolado das outras estruturas do corpo. Todos os órgãos do corpo são cobertos por fáscia. Por tanto, todo “estiramento muscular” é na verdade estiramento de uma unidade miofascial. Essa é a base que separa a liberação miofascial de outras técnicas de estiramento.

Durante a liberação miofascial, o fisioterapeuta monitora a tensão tecidual pelo desenvolvimento de uma ligação cinestésica com o paciente através do toque. Essa ligação envolve o acompanhamento do movimento inerente dos tecidos, o ritmo da respiração do paciente, o tônus muscular neurofisiológico e variações desse tônus. Conforme o fisioterapeuta adquire destreza no reconhecimento do tônus e tensão dos tecidos do paciente, ele torna-se capaz de detectar restrições em unidades miofasciais individuais. Conforme essas áreas são localizadas, aplica-se um estiramento localizado de forma gentil. Dessa maneira, as restrições ao movimento eficiente, que não podem ser localizadas e eliminadas por meio de outras técnicas de estiramento são identificadas e tratadas. Todas as alterações de alinhamento que podem pré dispor o paciente a futuras lesões são removidas durante o tratamento do problema atual do paciente.

Dessa forma. O fisioterapeuta, usando a técnica de liberação miofascial trabalha junto com o paciente, não sobre o paciente. O fisioterapeuta é um questionador, não um “expert” inquestionável. O fisioterapeuta quando usa a técnica de liberação miofascial, não planeja a sessão de tratamento de um modo passo a passo (como receita de bolo), ao contrário espera pela direção indicada pelas alterações que o corpo do paciente apresenta e as segue; O estiramento das restrições teciduais que impedem o movimento eficiente não se torna um jogo de poder entre o fisioterapeuta e o paciente. Ao contrário, a orientação da liberação miofascial promove a cooperação e participação ativa do paciente no processo de cura.

O objetivo do tratamento usando a liberação miofascial é facilitar a postura mais eficiente e padrões de movimentos que o paciente pode manter. A disfunção postural e/ou de movimento é analisada e tratada de uma maneira holística, reconhecendo que a limitação em uma parte terá ramificações em todo o corpo. A progressão apresentada pelo paciente é mensurada pela melhora na simetria postural, redução dos pontos gatilhos miofasciais ativos e aumento na quantidade e qualidade dos movimentos.


- Reeducação Postura Global
A Reeducação Postural Global (RPG) é um método original e revolucionário nascido da obra “O Campo Fechado”, publicado em 1981, na França, após quinze anos de pesquisas no domínio da anatomia, biomecânica, cinesiologia, osteopatia e outros que permitiram a Phillipe Emmanuel Souchard fundamentar o seu conceito, a partir das idéias da terapeuta corporal Françoise Mézières. O RPG se baseia no princípio que os problemas posturais e músculo-esqueléticos são produzidos pelo encurtamento das cadeias musculares, principalmente as posteriores, que se encurtam para nos dar equilíbrio ou estabilidade aos movimentos dos nossos braços e pernas.

Toda a abordagem clássica no tratamento dos problemas musculares ou no treinamento esportivo se baseia no aumento de força muscular. Segundo Souchard, o resultado disso são músculos mais encurtados, acarretando mais deformidade, menos flexibilidade e mais dor.

Trata-se de um método de avaliação e tratamento das disfunções posturais e dos movimentos através de posturas globais e analíticas que tratam as cadeias musculares em disfunção e tem um efeito proprioceptivo sobre a postura do indivíduo, liberação miofascial que elimina as restrições do tecido conectivo que envolve os músculos e os órgãos, auxiliando também na correção postural e mobilização articular que restabelece o movimento normal entre as superfícies articulares, portanto, o RPG atua de forma globalizada, apresentando além dos efeitos citados, o alongamento do grupo muscular tratado e, ao mesmo tempo, o aumento da força muscular.


- Método Mulligan
O Conceito Mulligan foi originado pelo Fisioterapeuta Brian Mulligan, formado na Nova Zelândia em 1954, engajado no interesse em terapia manual por Stanley Paris, ainda na década de 60. Uma das mais utilizadas técnicas de tratamento dentro da terapia manual.
Seu conceito basea-se na teoria da falha posicional. Quando temos uma lesão ou injúria, a articulação poder assumir uma posição ligeiramente anormal, muitas vezes invisível em exames, e estas pequenas falhas posicionais levariam a restrições de movimento resultando em dor. O conceito de Brian Mulligan de mobilizações com movimentos nas extremidades e deslizamentos apofisários naturais sustentados na coluna vertebral constituem o caminho lógico dessa evolução. A aplicação concomitante de movimentos acessórios livres de dor pelo fisioterapeuta e a geração de movimentos ativos fisiológicos livres de dor pelo paciente, formam o princípio primário que norteiam o conceito de Mulligan.

- Método Maitland
O conceito Maitland surgiu na década de 60, na Austrália (país com grande tradição na formação de fisioterapeutas manipulativos), sendo idealizado pelo Fisioterapeuta Geoff Maitland. Atualmente, consiste em um método padrão e imprescindível na vida profissional de fisioterapeutas que trabalham com terapia manual. Este conceito baseia-se em dados clínicos colhidos através de uma anamnese minuciosa, o exame físico (movimentos ativos, passivos e acessórios), sinais e sintomas, assim como os efeitos das técnicas sobre estes sinais e sintomas, que em conjunto levam o fisioterapeuta a um provável diagnóstico e conseqüentemente a uma melhor escolha das técnicas de tratamento, a fim de uma melhor evolução e resolução do problema.

O exame físico baseia-se exclusivamente na avaliação dos movimentos ativos, seguido dos movimentos passivos e acessórios nas articulações relacionadas à desordem do paciente ou articulações, as quais podem levar a dores referidas nestes locais.
As lesões ou patologias podem levar a uma perda desses movimentos fisiológicos e acessórios e os mesmos podem ser reestabelecidos através de técnicas osteocinemáticas (fisiológicas) e artrocinemáticas (acessórias), restaurando a função normal de cada articulação.

Devemos ter em mente que nem sempre a articulação dolorida é reponsável diretamente pelo problema, muitas vezes uma articulação não dolorosa, mas apenas hipomóvel pode ser responsável por tal fato. O fisioterapeuta manipulativo deve também saber que um movimento acessório pode reestabelecer um movimento fisiológico, sendo a recíproca também verdadeira, por isso, no campo da terapia manual apenas a mente aberta e privilegiada se destaca.


- Quiropraxia
Daniel David Palmer (1845-1913) foi, como Still um produto da região centro-oeste dos Estados Unidos na metade do século XIX. Apesar de não ter se formado em medicina, tornou-se conhecido por praticar a cura magnética, transformando-se em terapeuta manipulativo autodidata. Ainda há controvérsia a respeito de Palmer ter sido ou não paciente ou aluno de Still em Kirksville, Missouri, mas sabe-se que Palmer e Still conheceram-se em Clinton, lowa, no início do século XX. D.D. Palmer circulou bastante pelo país e fundou sua primeira escola em 1896. Os primeiros colégios foram os de Davenport, lowa, e de Oklahoma City, Oklahoma.

Embora D.D. Palmer tenha recebido crédito pela origem da quiropraxia, foi seu filho, Bartlett Joshua Palmer (1881-1961), que impulsionou a profissão quiroprática. Segundo os conceitos originais de Palmer, a causa da doença era uma variação na expressão da função neural normal. Ele acreditava na "inteligência inata" do cérebro e do sistema nervoso central e achava que alterações na coluna vertebral (subluxações) alteravam as funções neurais , provocando a doença. A remoção da subluxação pelo ajuste quiroprático era considerada como tratamento. A quiropraxia jamais preconizou ser uma escola total de medicina e não ensina cirurgia nem o emprego de medicamentos, além de vitaminas e analgésicos simples. Permanece então uma cisão, dentro da profissão quiroprática, entre os "conservadores", defensores e adeptos dos conceitos originais de Palmer, e os "liberais", que acreditam num escopo mais amplo da quiropraxia, que inclui outras intervenções terapêuticas, como a fisioterapia, a eletroterapia, dieta e vitaminas.

Em meados da década de 1970, o Council on Chiropractic Education (CCE) (Conselho de Educação Quiroprática) requereu ao Departamento de Educação dos Estados Unidos seu reconhecimento como órgão credenciador da formação quiroprática. O CCE foi intensamente influenciado pelos colégios de tendências mais liberais, o que levou a um aumento das exigências educacionais, tanto antes quanto durante a formação quiroprática. A quiropraxia é exercida em todo o mundo, mas a vasta maioria da formação quiroprática continua ocorrendo nos Estados Unidos. O final dos anos 1970 encontrou expressivo aumento no reconhecimento da quiropraxia na Austrália e na Nova Zelândia, e seus adeptos são participantes de programas de saúde nesses países.


- Método Mackenzie
O Método McKenzie foi desenvolvido pelo fisioterapeuta neozelandês Robin McKenzie, e consiste de um programa de movimentos prescritos pelo fisioterapeuta, que você realiza por conta própria, em sua casa ou no trabalho, sem o auxílio de equipamentos específicos. Aborda o tratamento das dores da coluna relacionadas aos distúrbios do sistema articular da coluna vertebral. Esta técnica de terapia manual utiliza os movimentos do próprio paciente no alívio da dor e na recuperação da função.
Você também aprende a identificar os movimentos, posturas e atividades que aumentam e pioram a sua dor. E, se o programa de auto-tratamento não consegue resolver completamente o seu problema, o fisioterapeuta treinado no Método McKenzie aplica técnicas complementares de terapia manual. O importante é que o Método McKenzie visa não apenas a solução dos seus sintomas atuais, mas também a prevenção, em longo prazo, da incidência de novas crises.

O método McKenzie é uma técnica de avaliação e um método terapêutico baseado na avaliação da resposta sintomática na avaliação da dor ou redução da deformidade tecidual. Os indivíduos que respondem bem a esta técnica são: pacientes que sofrem de dores agudas, subagudas ou crônicas da coluna vertebral, que se manifestam pelo aparecimento repentino de uma dor comumente aguda, podendo ocorrer irradiação para os membros superiores ou inferiores, com concomitante restrição do movimento.

O tratamento McKenzie consiste de dois componentes: o componente educacional, que dá ao paciente uma compreensão do seu problema e do papel do movimento na sua reabilitação; e o componente de terapia mecânica ativa, que consta de exercícios individualizados prescritos pelo fisioterapeuta, com base na avaliação mecânica. A ênfase está no envolvimento ativo do paciente, o que diminui o número de visitas à clínica.

Alteração da postura com o uso de palmilhas


Obviamente, todos nós já ouvimos falar sobre o "pé plano" ou ainda "pé chato", mas a lista das alterações e doenças do pé é bem mais longa e bem mais complexa. As entorses, os traumatismos e as pequenas lesões geram desequilíbrios. Todas as alterações que ocorrem no organismo necessitam de uma compensação em outro local para neutralizá-la. Uma tensão alterada em um local do corpo causa uma sobrecarga em outra área. Este peso excedente também requer uma nova compensação em um terceiro local. Isso se segue até que uma última mudança não possa ser mais equilibrada.

O equilíbrio da perna sobre o pé é um dos pontos fracos do homem no que diz respeito à posição ereta. Os apoios do pé no chão modificam toda a estática. Sempre ocorre uma compensação que não existia enquanto nossos ancestrais caminhavam na posição quadrúpede. Falta ao homem uma articulação no tornozelo.

Pelo menos 80% da população geral têm alterações nos pés que podem muitas vezes, ser corrigidas através de uma avaliação adequada. É necessário com isso saber se os pés estão sofrendo ou gerando alterações. A clínica é a etapa primordial do diagnóstico.

Dores baixas, ao longo do dia, sem horário são apanágio das perturbações de origem podal.

A integração dos pés com o solo ocorre através do calçado. O pé muda sua forma pelo uso de calçados impróprios. Porém, mais importante do que o sapato, deve-se dar atenção especial às palmilhas usadas. Essencialmente, a palmilha transporta o solo até a sola do pé (região plantar). Posicionada entre o pé e o calçado agindo para aumentar a eficiência dos mecanismos do pé durante a caminhada e a corrida.

Nestes últimos anos, a prescrição de palmilhas vem passando por uma reformulação. A prescrição era destinada à correção de um aspecto mecânico. Palmilhas clássicas ultrapassam 2 cm, deslocam peças ósseas, destruindo a propriocepção fina do pé retardando sua maturidade e gerando má programação postural primaria.

Gradativamente, as evidencias cientificas, fundamentadas na neurofisiologia e nos conhecimentos relacionados com o controle postural, demonstraram que estes calços não eram satisfatórios. A má adaptação das palmilhas à região plantar perturba a sistema articular dos pés e a repercussão ultrapassa o nível dos pés. Se projetava através de modificações no padrão postural envolvendo o joelho, quadril, coluna vertebral, até a atm (articulação temporo-mandibular), pois diminuem o contato do pé com o solo gerando poucas informações para os órgãos sensitivos da sola dos pés.

A má adaptação das palmilhas perturba a biomecânica articular dos pés e da coluna gerando informações sensoriais que alteram a postura. Elas não devem ser de panos nem haver depressões e irregularidades. Palmilha boa com tênis ruim é bom. Palmilha ruim com tênis bom é ruim.

Para melhorar esta interação a podoposturologia (área de conhecimento que auxilia o fisioterapeuta na abordagem postural) se faz necessária por integrar ao sistema postural o pé. É uma metodologia de prevenção e de tratamento com origem na escola francesa e busca integrar os conhecimentos entre a influencia dos pés e a postura. Ela traz um novo conceito denominado de palmilhas posturais, também descritas como proprioceptivas ou sensoriais que permite recrutar mais órgãos sensitivos podais por serem moldadas aos pés.

Na confecção das palmilhas são utilizadas peças que são fixadas na mesma. Estas pecas fornecem informações ao sistema postural e como resposta, o corpo produz um re-equilíbrio postural através das reações reflexas tônicas musculares, corrigindo desta forma as assimetrias e desvios posturais.

Nada parece mais lógico do que manter a saúde boa mantendo a postura boa. A postura boa é a base lógica para toda terapia. Verificar os pés de um paciente e recomendar palmilhas que controlam a postura é essencial. A preocupação em tratar o paciente somente em partes ignorando o sistema podal levara a um retorno das alterações a partir do pé.

A relação entre pé e postura


A correria do dia-dia e as longas jornadas de trabalho fizeram com que nos afastássemos do contato com a terra. O simples fato das crianças de hoje não subirem mais em árvores ou não brincarem mais em parquinhos onde a areia é fofa, influencia diretamente no desempenho postural. São sapatos duros demais e altos demais que ditam moda, mas que também impactam de forma muito considerável e negativa em nossa postura. É uma era responsável por uma geração de pés defeituosos.

O homem pode ser representado por dois triângulos invertidos suspensos por fáscias que se inserem na nuca e nos pés. Qualquer desequilíbrio altera as duas partes por serem pontos de suspensão. O pé é o ponto de suspensão do pendulo invertido e é a união entre o desequilíbrio vindo de cima e do solo. Ele se adaptará sempre para re-harmonizar o apoio. O equilíbrio do corpo humano quando ereto se inicia pelos pés.

A postura ereta é mantida pelos dois pólos sensoriais situados nas extremidades destes triângulos. Uma das extremidades é a cabeça, onde estão localizados os sistemas visual, vestibular e oclusal; e na outra extremidade estão os pés. Todos os 5 sentidos têm algum tipo de influência na manutenção da postura corporal. A visão e audição são os mais diretamente ligados a ela. É por isso que olhos ou ouvidos tampados dificultam o equilíbrio.

A região da planta do pé é bastante sensível. Rica em órgãos sensitivos, qualquer relevo superior a 3 milímetros ou pressão maior que 1 grama constitui uma agressão aos órgãos sensitivos do pé que recebe e transporta para o sistema nervoso central informações para que o cérebro decida como reagir e manter o equilíbrio.

Na criança a maturidade do sistema nervoso se completa por volta do 11 anos. Muitos pais colocam suas crianças em andadores querendo acelerar a marcha sem saber que criará automatismos em situações anormais, a criança deveria empurrá-lo e não estar sentado em seu interior. No quadrado, ou chiqueirinho, a criança incomodada pela rede ou pelas barras tentará sempre (muitas vezes por estímulos dos pais) encontrar meios para se levantar para ver mais em cima pulando desta forma o estagio de engatinhar, indispensável ao bom desenvolvimento dos quadris.

É completamente lógico concluir que se o nosso pé for posicionado mal as conseqüências não se limitarão a estes, mas ao conjunto do nosso organismo. A conexão entre pé e postura não recebe muita ênfase na educação médica, infelizmente.