A relação entre pé e postura


A correria do dia-dia e as longas jornadas de trabalho fizeram com que nos afastássemos do contato com a terra. O simples fato das crianças de hoje não subirem mais em árvores ou não brincarem mais em parquinhos onde a areia é fofa, influencia diretamente no desempenho postural. São sapatos duros demais e altos demais que ditam moda, mas que também impactam de forma muito considerável e negativa em nossa postura. É uma era responsável por uma geração de pés defeituosos.

O homem pode ser representado por dois triângulos invertidos suspensos por fáscias que se inserem na nuca e nos pés. Qualquer desequilíbrio altera as duas partes por serem pontos de suspensão. O pé é o ponto de suspensão do pendulo invertido e é a união entre o desequilíbrio vindo de cima e do solo. Ele se adaptará sempre para re-harmonizar o apoio. O equilíbrio do corpo humano quando ereto se inicia pelos pés.

A postura ereta é mantida pelos dois pólos sensoriais situados nas extremidades destes triângulos. Uma das extremidades é a cabeça, onde estão localizados os sistemas visual, vestibular e oclusal; e na outra extremidade estão os pés. Todos os 5 sentidos têm algum tipo de influência na manutenção da postura corporal. A visão e audição são os mais diretamente ligados a ela. É por isso que olhos ou ouvidos tampados dificultam o equilíbrio.

A região da planta do pé é bastante sensível. Rica em órgãos sensitivos, qualquer relevo superior a 3 milímetros ou pressão maior que 1 grama constitui uma agressão aos órgãos sensitivos do pé que recebe e transporta para o sistema nervoso central informações para que o cérebro decida como reagir e manter o equilíbrio.

Na criança a maturidade do sistema nervoso se completa por volta do 11 anos. Muitos pais colocam suas crianças em andadores querendo acelerar a marcha sem saber que criará automatismos em situações anormais, a criança deveria empurrá-lo e não estar sentado em seu interior. No quadrado, ou chiqueirinho, a criança incomodada pela rede ou pelas barras tentará sempre (muitas vezes por estímulos dos pais) encontrar meios para se levantar para ver mais em cima pulando desta forma o estagio de engatinhar, indispensável ao bom desenvolvimento dos quadris.

É completamente lógico concluir que se o nosso pé for posicionado mal as conseqüências não se limitarão a estes, mas ao conjunto do nosso organismo. A conexão entre pé e postura não recebe muita ênfase na educação médica, infelizmente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário